quinta-feira, 3 de maio de 2012

Causo 45 Muitos Confetes...


Nicanor de Freitas Filho
Como Economista, trabalhei por 7 anos, num Grupo Financeiro, tendo sido Assessor do Diretor Superintendente por 5 anos. Nesta função, executei muitos trabalhos, alguns corriqueiros, que sempre procurei “fazer diferente” para melhorar, alguns difíceis que davam muito trabalho de pesquisas, e, principalmente alguns complexos, que me obrigava a estudar muito, antes de executá-los... O certo é que sempre procurei fazer “o melhor” e até acho que era reconhecido o meu esforço.
Numa altura desses 7 anos, indiquei um amigo para trabalhar no Grupo, que ficou conhecendo e se engraçou com à minha “secretária” – é, naquele tempo tinha-se Secretária, porque os trabalhos eram grandes, exigiam pesquisas e principalmente datilografar tudo, sem erro, e organizar toda aquela papelada e a agenda de trabalho – e acabaram se casando e estão casadinhos até hoje.
Ela era muito esperta, criativa e espirituosa, me ajudava muito. Eu tinha uma mania de conferir tudo, duas ou três vezes. E quando achava que o trabalho tinha ficado bom, de verdade, eu às vezes, perdia a modéstia, dava aquele tapinha com as costas das mãos no papel e falava comigo mesmo:
- Êta menino bom! Que maravilha de trabalho! Pode pedir aumento pro Chefe!
Acho que aquilo foi “saturando” a paciência da Secretária – que era e é muito minha amiga – pois como fazia sempre trabalhos que ficavam bons, sempre eu me autoelogiava.
Um dia, ao terminar um serviço, ela me entregou, e ficou esperando pois era urgente. Acabei de ler, dei aquele tapinha no papel, com as costas da mão e soltei minha frase predileta:
- Êta menino bom! Que maravilha de trabalho! Pode pedir aumento pro Chefe!
No que ela, sem pensar muito, respondeu:
- Chefe, você tem razão, ficou muito bom. Aliás, você trabalha muito bem,ainda que somente use uma das mãos, porque enquanto trabalha com a mão direita, usa a mão esquerda para jogar confete na própria  cabeça...

Falta de respeito! né?

Um comentário:

  1. É sempre um prazer ler os seus "causos" e para mim servem também para matar as saudades!!!

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Obrigado pelo seu comentário! É sempre muito bem vindo.
Nicanor de Freitas Filho